Estava a festa a decorrer, quando a GNR da Trafaria foi contactada por vizinhos da FCT, queixando-se do volume da música. Na primeira e segunda vez, duas patrulhas foram ao recinto, sem desenvolver outra acção além da troca de palavras com os jovens que lá se encontravam. Mas, à terceira chamada, apareceu o PIR da GNR de Almada. A fonte daquela força de segurança disse que entraram na faculdade e que ninguém da direcção os tentou impedir.
O reitor da UNL, Leopoldo Guimarães, garantiu que “não houve autorização quer da reitoria quer da direcção da faculdade para a entrada do corpo policial” nas instalações da FCT. Ainda sublinhou que “a GNR não pode entrar no recinto sem a autorização prévia dos dirigentes e responsáveis” da faculdade e universidade, considerando assim a actuação do PIR da GNR uma “invasão abusiva”.
A mobilização do PIR deveu-se à presença de “milhares de pessoas” no local, e segundo o responsável, os militares do posto da GNR da Trafaria tinham sido insultados por alguns convivas, exaltados e sob efeito do álcool, que também tentaram agredi-los. A mesma fonte admitiu que foram desferidas “algumas bastonadas”, afirmando também desconhecer que tivessem causado ferimentos que requeressem tratamento hospitalar.
A associação de estudantes da FCT, que organizou a festa do caloiro, tenciona pedir explicações ao Ministério da Administração Interna acerca da carga policial ontem verificada dentro do espaço universitário. João Pina, presidente da Associação de Estudantes da FCT questiona indignado: “Alguma vez se viu uma coisa assim: polícia especial no campus a bater nos alunos que estão a participar numa celebração?”. E reconheceu que faltava à Associação de Estudantes a licença de ruído, garantido que podia apresentar a autorização camarária no dia seguinte. “Quem tinha a chave do sítio onde a licença tinha sido guardada não estava lá no momento, mas eu garanti à GNR que apresentaria a autorização no dia seguinte”, afirmou o dirigente.
O reitor da UNL afirmou que a festa do caloiro “foi devidamente autorizada” pelos órgãos de gestão da Faculdade. Mostrando-se agastado com a intervenção policial, Leopoldo Guimarães anunciou que irá ser elaborado um inquérito, “que será levado até às últimas consequências”.
Fonte: Correio da Manhã

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